Projectado para se transformar num centro da hierarquia católica em Angola, esta igreja com capacidade para 1.500 fiéis, dando ainda corpo a funções complementares de apoio social e de carácter administrativo do ponto de vista conceptual, centrou-se em três linhas: a Arca/tabernáculo, as Mãos de Deus e a Luz Divina. A arca de Noé enquanto espaço de justeza e de redenção mas sobretudo espaço de protecção, enformando este edifício como uma nave, rematada em forma de quilha. A mão de deus, aberta em bênção, desenha-se nos paramentos laterais como dedos separados por grandes panos de vitrais que induzem a luz. Albert Einstein confrontado com a pergunta, o que era a Luz respondeu “A Luz é a Sombra de Deus”- Os Vitrais estendem-se da fachada para a cobertura, numa perspectiva renascentista dos frescos das capelas, enquanto projectam como que linhas de Luz que conduzem ao altar e o enfatizam. Tal como nas catedrais medievais, a luz reflecte o criador e o espaço resolve-se então num contexto simétrico que acentua o eixo Nascente/poente, ou seja, a dicotomia entre a Vida e a Morte, mas tudo isto sem perder outra das linhas directivas importantes que se centrou no desenho de um edifício cujo vector determinante foi a ecologia ambiental e a sustentabilidade, com a utilização de energias alternativas e o recurso a uma construção do tipo bioclimática. |