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Projecto de loteamento para um terreno de forma trapezoidal, com a sua dimensão maior virada para o mar e com uma área de 250 000m², situado no Bairro de Benfica, Município da Samba e respectivos projectos de arquitectura de cada um dos lotes.

Tomou-se com especial referência o enquadramento paisagístico e sobretudo a dominância da imagem que se projecta do mar e do Mussulo sobre a paisagem envolvente, determinando a sua ocupação com as construções de maior prestígio.

O loteamento prevê cerca de 130 habitações unifamiliares com áreas entre os 150m² e os 1000m², um hotel com cerca de 100 quartos, um Centro Comercial com 3500m² de área de construção, dois clubes, etc. O loteamento desenvolve-se entre dois pólos de ocupação, separados por um eixo transversal no qual se situam os clubes e áreas de lazer do condomínio, os quais funcionam como barreira de separação entre os espaços públicos e os espaços privados, correspondentes aos lotes destinados a habitação. No centro da área habitacional, um espaço verde e um centro infantil, com acessibilidade restrita, em forma de impasse, de modo a promover uma maior privacidade e segurança para os utentes deste espaço. Todo o projecto aposta num percurso conceptual que aponta para uma proposta moderna, na qual se exponenciam aspectos criativos, gramáticas e léxicos contemporâneos, mas sobretudo na qualificação do objecto arquitectónico e na qualidade ambiental e vivencial, respondendo assim à qualificação do objecto edificado e do próprio environment através da adopção de modelos de Arquitectura Bioclimática.
 

A memória da cidade faz-se dos seus elementos de referência e nesta matéria este é um projecto de enorme responsabilidade, na medida em que se desenvolve em torno de uma das áreas mais emblemáticas da cidade de Luanda, pelo que aporta do ponto de vista simbólico a “Rádio Nacional”, pela sua localização na cidade.

O projecto conceptual estrutura-se assim, condicionado á partida, pelo edifício da Rádio nacional, em torno do qual se desenvolve um arruamento perimetral cuja única função será fazer a distribuição dos acessos aos estacionamentos, permitindo assim estender as zonas de espera.

Uma torre de 30 pisos, será o centro emblemático deste projecto, retomando assim o conceito de “Torre da Rádio”, tornando-se assim um dos elementos de referência no contexto da cidade, não só pela posição geográfica privilegiada, mas pela sua dimensão morfológica e estética promovendo uma imagem de modernidade num País como Angola, que é sem duvida um dos motores de África e um dos exemplos das novas lideranças.

Esta torre fará a ligação ao edificado existente, ou seja, ao edifício da “Radio Nacional”, o qual será objecto de um processo de reconversão e requalificação técnico-construtiva e funcional, de modo a projecta-lo como espaço lúdico e também como núcleo de referencia de todo este enquadramento, sendo feito a ligação entre este edifício e a rua, e entre este e a “Torre”; através de espelhos de água, que servem do ponto de vista bioclimático, enquanto elementos reguladores da temperatura e criadores de um micro-clima, o que permite uma mais eficaz climatização passiva do edifício e uma nova utilização do mesmo.

Os edifícios terão o uso de comércio, habitação, hotel e escritórios e serão construídos com o recurso às mais recentes tecnologias, com arranjos exteriores de grande qualidade estética desenhados com recurso a um manto arbóreo de espécies de elevado valor ornamental e povoado de espaços lúdicos naturais, fazendo com que este empreendimento responda em primeira linha, às questões do momento em termos de ecologia ambiental, através da utilização de novas tecnologias da construção e uso de energias passivas, o que lhe confere características únicas e o promove como um dos mais exclusivos espaços urbanos de Luanda.

Este projecto de loteamento desenvolve-se num lote actualmente ocupado com as instalações da Escola Profissional de Jornalismo e num dos locais mais privilegiados da cidade de Luanda.

O programa do projecto, centra-se numa torre de escritórios e um conjunto habitacional articulado sobre uma pequena praça que se estrutura a partir de um espelho de água.

Esta fórmula usada no desenho deste espaço urbano incorpora, pelas características do seu traçado, a possibilidade de se encerrar o lote promovendo a partir daí uma estrutura condominial.

Como base conceptual e centro/charneira do empreendimento desenhou-se uma torre de 26 pisos onde se posicionariam as áreas para escritórios. Todo o restante desenho urbano reflecte a solução perspéctica sobre esse espaço de referência com a projecção de um edifício em forma de U, destinado principalmente a habitação, que o envolve, construindo uma área mais privada no interior do mesmo.

Num dos edifícios de menor altura (14 pisos), foram criados espaços em consola com piscinas e espaços em jardim, estando estes mantos verdes desenvolvidos em patamares vencendo a totalidade do edifício em altura, neutralizando assim a presença do próprio edifício, introduzindo uma leitura de “jardins suspensos” sobretudo na sua fachada, sobre o espaço escolar em frente.